AME Votuporanga implanta projeto para atendimento a autistas
O Ambulatório
Médico de Especialidades (AME) Votuporanga implementou projeto que demonstra
toda a humanização e respeito pelo paciente. A unidade capacitou os
profissionais para atender o público com Transtorno do Espectro Autista (TEA),
com foco no acolhimento.
O Transtorno do
Espectro do Autismo reúne desordens do desenvolvimento neurológico presentes
desde o nascimento ou começo da infância. Segundo o Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 (referência mundial de critérios para
diagnósticos), pessoas dentro do espectro podem apresentar déficit na comunicação
social ou interação social (como nas linguagens verbal ou não verbal e na
reciprocidade socioemocional) e padrões restritos e repetitivos de
comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos e hipo ou
hipersensibilidade a estímulos sensoriais.
As equipes
tiveram treinamento com foco no atendimento ambulatorial, acolhimento do
paciente e do seu acompanhante. “De maneira didática, explicamos o que fazer em
casos de crises, como auxiliar a família e o que também não realizar. Com esse
cenário, conseguimos exemplificar a condição e como o contato deve ocorrer,
para que possa ser respeitoso e empático”, destacou a gerente médica Dra. Ana
Virginia Maciel da Rocha Leone.
A médica Draª
Ludmila Gomes Maia Santis, uma das responsáveis pela iniciativa, destacou a
dificuldade desses pacientes em lidarem com o novo, com os estímulos do
ambiente e, principalmente, com quebras na rotina diária o que pode ocasionar
sofrimento e crises durante o atendimento. “É de extrema importância o
acolhimento desses pacientes e suas famílias de forma respeitosa e empática
tentando amenizar o incômodo gerado pelo fato de estar em um ambiente
desconhecido. Ficamos muito satisfeitos com esse novo olhar de nossas equipes e
temos como meta ampliar essa iniciativa para outros órgãos públicos”,
complementou.
Esse novo olhar
foi elogiado por Daniele da Silva Gomes, mãe de Simon Guilherme de Souza Gomes,
de 3 anos e 5 meses. Eles fazem parte do projeto de humanização no AME voltado
para o acolhimento dos pacientes com TEA e suas famílias. “Quando ele tinha em torno de um ano e meio,
notei a diferença de comportamento dele e do meu sobrinho, de quase a mesma
idade, com apenas dois meses de diferença. Na casa da minha mãe, Simon ficava
alheio, se afastava de tudo e de todos. Próximo dos dois anos, ele não falava
nada. Foi quando levei para o pediatra, que prontamente me encaminhou para neuropediatra
do AME”, disse Daniele.
Atualmente, o
pequeno é acompanhado por uma equipe multidisciplinar, formada por
nutricionista, psicóloga e fonoaudióloga. “Quanto ao atendimento no AME, falo
com muito orgulho que está melhor até que muitos convênios. Sinto uma diferença
absurda e pra melhor, para com meu filho. As atendentes tentam chamar atenção
dele, tentam diminuir o estresse, até mesmo o colaborador da portaria que
trouxe um papel e um lápis para desenho. Isso aquece o meu coração, fico grata
pela empatia das equipes para com meu filho, isso não tem dinheiro que pague”,
destacou.
A gerente
administrativa da unidade, Marilza Cardi, elogiou o projeto. “Esse cuidado
reflete positivamente em nosso Ambulatório e reforça nosso compromisso de
melhorar continuamente a qualidade dos serviços e a eficácia do sistema de
gestão da qualidade, objetivando a Segurança do Paciente, a Responsabilidade,
Humanização e a Gestão dos Riscos.
As profissionais Dra. Ludmila Santis e a Keila Carvalho, com o
apoio da Gerente Médica do AME-Votuporanga Dra. Ana Virginia, abraçaram a causa
e foram assertivas ao transmitirem informações
sobre a condição e subsídios para os profissionais frente à prática de atenção
e acolhimento.